CONTEÚDO
A crescente velocidade de vida, o stress, os maus hábitos alimentares e a pouca atividade física são fatores que determinam o aparecimento de doenças da civilização. Não é por acaso que a percentagem de casos destas doenças é hoje a mais alta da história. Incluem-se aqui doenças cardiovasculares, cancro, depressão, obesidade, doenças pulmonares e diabetes. A esta última doença dedicamos este artigo. Tal como acontece com todas estas doenças, ela depende significativamente do nosso estilo de vida. Por isso, vale a pena conhecer as causas e as possibilidades para reduzir o risco da doença.
Resistência à insulina – quais são as suas características?
A resistência à insulina é geralmente o primeiro sinal de alerta de que algo não está bem no nosso corpo. É um estado em que o nosso pâncreas funciona corretamente e secreta a quantidade certa de insulina. Infelizmente, o funcionamento adequado deste órgão e a quantidade correta deste hormônio não são suficientes por si só. É também importante que as próprias células sejam sensíveis à insulina. Quando temos resistência à insulina, a sua sensibilidade a este hormônio está alterada e, simplificando, é necessária uma quantidade muito maior para desencadear a reação tecidual correspondente. Isso significa que o pâncreas tem de produzir cada vez mais. Aqui fecha-se o ciclo, pois a quantidade aumentada de insulina torna o tecido cada vez mais resistente a ela. Este estado é muito perigoso, pois pode levar a danos permanentes no pâncreas e ao subsequente aparecimento do diabetes tipo II.
Pré-diabetes – o último sinal de alerta
O pré-diabetes é a última etapa no caminho para o diabetes tipo II. O que é importante neste caso é também a restauração do funcionamento adequado do corpo. Refere-se a valores anormais de glicose em jejum. O teor de açúcar no sangue ainda não indica uma doença, mas está longe de ser ideal. A ocorrência deste estado é determinada por dois parâmetros. O primeiro é um valor de glicose em jejum alterado entre 100 e 126 mg/dl. O pré-diabetes também pode ser diagnosticado com um teste oral de tolerância à glicose. Se o nível de açúcar no sangue 120 minutos após a administração desta solução de açúcar estiver entre 140 e 199 mg/dl, trata-se de uma tolerância à glicose alterada. Curiosamente, este teste no estágio inicial da doença nem sempre é desfavorável. Na maioria das vezes, porque o nível de glicose em jejum está anormal.
Diabetes tipo II – características
Estima-se que cerca de 422 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de todos os tipos de diabetes. E outros 179 milhões ainda não foram diagnosticados. Só na Polónia, uma em cada quatro pessoas com mais de 60 anos tem diabetes. Curiosamente, a Organização Mundial da Saúde estima que o diabetes será a sétima causa de morte mais frequente no mundo até 2030. Este tipo de diabetes também é chamado de não insulinodependente, pois depende principalmente do nosso estilo de vida e não dos nossos genes. Além disso, é a forma mais comum desta doença, pois quase 85% de todos os casos são afetados. O diagnóstico é feito mais frequentemente com base no nível de glicose em jejum. Se estiver acima de 126 mg/dl, há diabetes. Em comparação, o nível normal de glicose no sangue situa-se entre 72 e 99 mg/dl. Deve também ser lembrado que a principal causa desta doença não é a falta de insulina, mas o seu efeito incorreto no tecido. É verdade que o nosso pâncreas degenera gradualmente ao longo da doença e a quantidade de insulina que secreta diminui. No entanto, esta não é a causa direta da doença. Também é importante mencionar que o diabetes é uma doença muito traiçoeira. Pode desenvolver-se durante anos sem sintomas. Isto é comprovado, entre outras coisas, pelo facto de ser frequentemente diagnosticado em outros testes que não visam detectá-lo. Por isso, ganhou o infame estatuto de assassino silencioso.
As causas mais comuns do aparecimento do diabetes tipo II
O diabetes tipo II pode ser causado por muitos fatores. Na maioria das vezes, não é apenas um, mas vários ao mesmo tempo. As causas mais comuns desta doença incluem:
- Excesso de peso, obesidade, especialmente obesidade abdominal
- Presença de diabetes numa família próxima
- Doenças cardíacas
- Arteriosclerose
- Diabetes gestacional anterior
- Pouca atividade física
- Estilo de vida sedentário
- Hipertensão
- Nascimento de um bebé com peso superior a 4 kg
- Fumo crónico
- Abuso de álcool
- Níveis elevados de triglicerídeos no sangue
Outros tipos de diabetes
Embora o diabetes tipo II seja a forma mais comum desta doença, vale a pena conhecer as outras variantes. Curiosamente, existem aquelas que são genéticas, mas também causadas por várias outras doenças e pelo próprio estilo de vida.
Diabetes insulinodependente. Cerca de 15–20% de todas as pessoas que sofrem desta doença são afetadas. Infelizmente, não se pode prevenir, pois é uma doença genética. Ocorre mais frequentemente em crianças e jovens adultos. Casos de manifestação em idade mais avançada são conhecidos, mas raros. O tratamento é feito com administração de insulina, pois o pâncreas neste caso não produz insulina. Recomenda-se também um estilo de vida ativo e uma dieta rigorosa para diabéticos.
Diabetes gestacional – este tipo de doença afeta mulheres grávidas e desaparece quase sempre após o nascimento do bebé. Geralmente, cerca de uma em cada dez grávidas é afetada. No entanto, deve-se considerar que as mulheres afetadas têm maior probabilidade de desenvolver diabetes tipo II no futuro. Além disso, o diabetes gestacional pode causar vários sintomas desagradáveis, incluindo: perturbações visuais, sonolência, poliúria, fome súbita e fadiga crónica. Deve também ser iniciado tratamento imediato, pois a sua suspensão pode causar complicações – tanto para a mãe como para a criança.
Diabetes do tipo LADA – trata-se de uma forma de diabetes tipo I, mas que é diagnosticada mais frequentemente após os 35 anos. Tem uma origem autoimune e afeta cerca de 5-10% de todos os pacientes. Para o diagnóstico, é necessário detectar a presença de anticorpos típicos do tipo I – principalmente anti-GAD.
Diabetes monogénico – esta é uma das variantes mais raras desta doença. Cerca de 1–2% de todos os pacientes são afetados. Como o nome indica, deve-se a uma única mutação genética. Por isso, os testes genéticos são a única forma de diagnóstico. Podemos distinguir neste caso diabetes mitocondrial, diabetes MODY e diabetes neonatal.
Diabetes secundário também é chamado de diabetes tipo III. Cerca de 2-3% de todos os pacientes sofrem desta forma. A sua característica mais marcante são as comorbilidades, que frequentemente determinam o seu aparecimento. Pode ser causado por alguns medicamentos, especialmente os usados para tratar doenças do sistema cardiovascular, mas também do sistema urinário. Pode também ser causado pela síndrome de Cushing, doença de Cushing, acromegalia ou várias doenças do pâncreas – incluindo cancro do pâncreas.
Uma alimentação correta pode proteger-nos do diabetes tipo 2?
A resposta a esta pergunta é, naturalmente, “Sim”. O diabetes, como doença relacionada com a alimentação, está fortemente ligado ao nosso estilo alimentar. A forma mais simples de dizer é: Uma alimentação assim deve ser simplesmente saudável e equilibrada. Todos os princípios de uma alimentação saudável e de evitar o excesso de peso ou obesidade funcionam aqui. Siga algumas diretrizes simples para reduzir o risco da doença.
Limite o consumo de açúcares simples
Talvez este seja o ponto mais óbvio, mas deve-se ter em conta que não se trata apenas de limitar o consumo de doces no sentido geral. Sim, isso será o mais benéfico para a nossa saúde, mas deve estar ciente de que não é tudo. A principal fonte de açúcar na alimentação deve ser produtos que contenham o máximo possível de hidratos de carbono complexos. Vale a pena escolher pão integral, papas grossas, arroz integral, massa integral ou de trigo duro. Isto faz com que os açúcares simples sejam libertados gradualmente no sangue, evitando flutuações glicémicas, mas também grandes libertações de insulina pelo pâncreas. Também vale a pena prestar atenção à composição dos produtos comprados no comércio. Muitos deles contêm açúcares simples como espessantes específicos. Lembre-se de que as frutas também contêm muito açúcar. Tratemo-las como complemento e deixemos os vegetais serem a base da nossa alimentação. Acrescentemos que os alimentos frescos e crus têm um índice glicémico muito mais baixo do que, por exemplo, os cozidos. No entanto, isso não significa que deva mudar a sua alimentação da noite para o dia. Vale a pena, porém, procurar uma mudança no estilo alimentar, pois isso não só nos torna mais saudáveis, como também pode proteger-nos de problemas de saúde no futuro.
Limite o consumo de gorduras animais
É sabido há muito tempo que a gordura tem muito mais calorias do que os hidratos de carbono e as proteínas. No entanto, isso não muda o facto de ser necessária para o funcionamento harmonioso do nosso corpo. Vale a pena, porém, limitar o consumo destes produtos animais e substituí-los por gorduras saudáveis de origem vegetal. Isso não só nos torna mais saudáveis, como também reduz o risco de doenças como doença cardíaca isquémica, arteriosclerose, obesidade e níveis elevados de triglicerídeos e colesterol LDL no sangue. Também na prevenção do diabetes é muito importante evitar estas doenças, pois aumentam o risco de desenvolver a doença mais tarde. Por isso, devemos também optar por carnes magras, enchidos, peixe ou produtos lácteos magros. Deve também limitar o consumo de ovos, mas não deixar de os consumir. São uma fonte de proteína altamente digerível. Podemos também reduzir o consumo de carne incluindo produtos vegetais como feijão, ervilhas, grão-de-bico e outras leguminosas na alimentação. Desta forma, fornecemos proteína, mas também muitas vitaminas e minerais. Prestemos também atenção aos métodos de processamento térmico dos alimentos. Os melhores são os produtos crus, cozidos a vapor ou em água, assados ou estufados. O mesmo se aplica a várias especiarias. Escolha frescas ou secas. Evite, no entanto, misturas de especiarias prontas, pois geralmente contêm grandes quantidades de sal, o que afeta negativamente a nossa saúde.
Atividade física – por que é tão importante na prevenção do diabetes tipo II?
Não é segredo que a atividade física correta é a base para manter a saúde durante muitos anos. Além disso, é um componente importante das medidas preventivas para minimizar o risco de desenvolver diabetes tipo II. O esforço físico apoia praticamente o funcionamento de todo o corpo e permite-nos, acima de tudo, manter o nosso peso corporal dentro da norma e prevenir a obesidade. Além disso, fortalece o nosso coração, pulmões e músculos e permite a redução da gordura visceral. Lembre-se também de que os nossos músculos precisam de energia durante a atividade física. Precisam de oxigénio, mas também de glicose no sangue, graças à qual apoiamos de alguma forma o trabalho do nosso pâncreas. Isto traz muitos benefícios para a saúde e reduz significativamente o risco de resistência à insulina. O exercício pode também influenciar o nosso bem-estar. Alivia eficazmente o stress e reduz o risco de depressão.
Resumo
É sempre melhor prevenir o aparecimento de várias doenças do que lidar com o seu tratamento e as consequências da própria doença. O mesmo se aplica ao diabetes tipo II. Sim, nunca estamos 100% seguros de que não o vamos ter. No entanto, devemos ter em conta que as medidas preventivas podem reduzir significativamente este risco. Na grande maioria dos casos, trata-se de uma doença que depende da alimentação, do estilo de vida e da atividade física. Por isso, não vale a pena negligenciar a sua saúde quando podemos fazer tanto nesta área.
